O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) emitiu uma decisão histórica que valida os procedimentos seguidos na Galiza para a autorização de projetos eólicos, um passo crucial que dissipa a incerteza jurídica que paralisou quase uma centena de parques eólicos na região. Esta sentença é recebida com grande otimismo pela Associação Empresarial Eólica (AEE), que representa o setor eólico espanhol, e apela às instituições para que adotem as medidas necessárias para que os projetos paralisados recuperem o seu ritmo de avanço.

A AEE enfatiza o enorme custo social e económico que a prolongada paralisação do setor implicou, apelando ao Tribunal Superior de Justiça da Galiza (TSXG) para agilizar a resolução dos procedimentos pendentes. A Galiza, com um vasto potencial renovável, ficou significativamente para trás nos últimos anos na instalação de energia eólica, tendo instalado apenas 171 MW entre 2020 e 2024, um contraste acentuado com os 6.000 MW instalados no resto de Espanha durante o mesmo período. A decisão do Alto Tribunal Europeu confirma que os mecanismos de avaliação ambiental e participação pública aplicados nos últimos anos na tramitação dos parques eólicos são compatíveis com o direito comunitário, validando assim a sua legalidade e removendo o bloqueio judicial que afetava cerca de 92 parques eólicos (aproximadamente 2.500 MW). Juan Virgilio Márquez, diretor-geral da AEE, sublinha que “esta resolução devolve a confiança aos promotores, reforça a credibilidade do quadro legal e permite-nos retomar com urgência a via do desenvolvimento eólico na Galiza. Não falamos apenas de energia competitiva, falamos de emprego qualificado, indústria de valor acrescentado, melhoria do ambiente rural, coesão territorial e cumprimento de compromissos climáticos.”

A conexão deste projeto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é evidente, especialmente ao ODS 7 (Energia Acessível e Limpa), ao promover uma fonte de energia renovável e não poluente, e ao ODS 13 (Ação Climática), ao contribuir diretamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa. A paralisia de quase 2.500 MW de potência eólica na Galiza representa uma perda significativa no caminho para os objetivos de descarbonização, comparável à energia necessária para abastecer milhões de lares.

Num momento crítico para a transição energética europeia, a decisão do TJUE serve como um lembrete da importância da segurança jurídica para descarbonizar a economia. Será que a Galiza conseguirá agora acelerar o seu contributo para um futuro mais verde e energético, ou as interpretações jurídicas continuarão a prevalecer sobre o interesse público superior atribuído às energias renováveis pela legislação europeia?


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