Globalmente, a busca por independência energética e descarbonização impulsiona a inovação no setor renovável, e a Europa está na vanguarda desta transformação. Neste contexto, a Associação Empresarial Eólica (AEE) apresentou um conjunto de propostas cruciais para o projeto de Real Decreto de medidas urgentes para o reforço do sistema elétrico espanhol, um passo fundamental para garantir a segurança energética e a competitividade industrial da região. Esta iniciativa visa reforçar o sistema elétrico utilizando as capacidades das energias renováveis como estratégia de país, cumprindo as obrigações para com os objetivos europeus de redução de emissões.
Uma das ferramentas mais imediatas e eficazes destacadas pela AEE é a repotenciação. Esta estratégia consiste em renovar os parques eólicos antigos – todos localizados em zonas já antropizadas e com grande recurso eólico – com tecnologia mais moderna e eficiente. Este processo permite multiplicar a produção eólica utilizando menos aerogeradores e ocupando menos território, uma verdadeira oportunidade para o país. Segundo a AEE, “para que esta decisão seja viável para os promotores, são necessárias três coisas: agilidade administrativa, segurança jurídica e incentivos adequados“.
Esta visão alinha-se com as tendências globais do setor, que apontam para a otimização das infraestruturas existentes e a exploração de novas tecnologias. A repotenciação complementa a aposta em grandes projetos de aerogeradores offshore e a hibridação com hidrogénio verde, que prometem um futuro energético mais robusto e limpo, capaz de responder à crescente procura e aos desafios climáticos.
A repotenciação eólica contribui diretamente para o ODS 7 (Energia acessível e não poluente), ao otimizar a geração de eletricidade limpa a partir de infraestruturas existentes, e para o ODS 13 (Ação climática), ao reduzir a pegada de carbono de forma significativa. É como trocar uma frota de carros antigos e poluentes por modelos elétricos de última geração, mas à escala da produção energética nacional, multiplicando a eficiência sem expandir a ocupação territorial.
Estamos perante uma oportunidade única de transformar a infraestrutura energética existente, elevando a sua capacidade e impacto ambiental positivo. Será que a agilidade administrativa, a segurança jurídica e os incentivos adequados serão suficientes para desbloquear este potencial eólico, ou o caminho para uma energia mais verde exige um compromisso ainda maior e uma visão mais ambiciosa de todas as partes envolvidas?
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